Pesquisas sobre bem-estar em animais de produção são apresentadas na Expointer

Bem-estar animal foi tema do Chimarrão com Inovação especial realizado durante a Expointer - Foto: Reprodução
POR ELAINE PINTO

Pesquisas relacionadas ao bem-estar em animais de produção foram apresentadas nesta quinta-feira (9), numa edição especial do “Chimarrão com Inovação” promovida durante a 44ª Expointer. O evento, virtual, é organizado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e transmitido em seu canal no Youtube.

A pesquisadora Giovana Dantas, professora do Programa de Pós-graduação em Saúde Animal do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (PPGSA-IPVDF), da SEAPDR, apresentou nova linha de pesquisa do mestrado em que é orientadora, sobre bem-estar em animais de produção. Ela contou que a linha de pesquisa surgiu por demanda de duas mestrandas interessadas nesta área. “É uma linha de estudo bastante importante para a sanidade animal, e que não é muito estudada ou trabalhada no Rio Grande do Sul”, completou.

Uma das mestrandas orientadas por Giovana, a zootecnista Vitória Rodrigues está conduzindo sua pesquisa de mestrado sobre a percepção de produtores a respeito do bem-estar animal na criação de bubalinos e bovinos. “É um estudo pioneiro no Estado, não temos ideia de quanto os produtores conhecem ou valorizam a questão do bem-estar animal”, qualifica Giovana.

Vitória tomou como base o conceito de cinco domínios do bem-estar animal para estruturar uma ferramenta de avaliação. “Quatro domínios englobam o estado físico do animal: nutrição, ambiente, saúde e comportamento. Esses quatro domínios são usados para inferir o quinto domínio, o mental, associado às experiências afetivas. É uma ferramenta abrangente porque avalia o animal e seu entorno”, explicou.

Em sua pesquisa, Vitória simplificou o diagrama de critérios de avaliação de bem-estar animal, de acordo com os cinco domínios, transformando num formulário. A ideia é que este formulário possa ser preenchido por um técnico para avaliar a condição do animal. “No final da avaliação dos domínios, ele vai ter o score total, e a partir dele, a pessoa pode ter uma noção das condições em que estão aqueles animais. Bem-estar animal não deve ficar só a cargo dos órgãos de fiscalização, tem que ser levado em conta também pelo produtor”, finalizou.

Já a pesquisa de mestrado da médica veterinária Jordana Zimmermann versará sobre a relação entre dor e bem-estar do animal, com enfoque na bovinocultura de leite. “Dor é uma experiência que compromete o bem-estar do animal, mas como saber se o animal está com dor? Há muitos mitos de que bovinos são resistentes e sentem menos dor, mas são os humanos que não sabem interpretar os bovinos e os sinais que eles nos mandam. Temos muito pouco conhecimento em bem-estar animal e etologia, a ciência do comportamento”, avaliou.

No gado leiteiro, as principais causas de dor são podopatias, mastites – principal doença dentro desta cadeia produtiva –, traumatismos, camas mal ajustadas, processos inflamatórios e intervenções cirúrgicas. Diferentes scores de dor já foram elaborados para avaliar o bem-estar de um animal por meio da análise de seu comportamento, e Jordana pretende dar um enfoque no gado de leite. ”O objetivo é que a gente tenha animais saudáveis, pois animais que têm o seu conforto e bem-estar respeitados terão alta produtividade”, conclui.

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